The Witcher: Ronin | Resenha.

 

The Witcher: Ronin
Lançamento: Dezembro de 2022
Editora: Dark Horse
Roteiro: Rafal Jaki
Arte: Hataya
Nota: 4/5

Estava de boa olhando uns sites e comentários sobre quadrinhos na internet, até que vi essa capa aí de cima e pensei: "Geraldão samurai? Eu quero muito ver isso." Então lá fui eu me aventurar com quadrinhos totalmente desconhecidos.

A história se passa no Japão feudal e começa com nosso querido protagonista - Geraldão rei delas - entrando em uma estalagem/taverna para ter um lugar onde possa comer um pouco e descansar, mas como a vida do Geraldo é muito movimentada, ele acaba se envolvendo em uma briga por querer salvar a garçonete da estalagem de um possível abuso. Como o Geralt é um mutante ele acaba sendo expulso por todos da estalagem incluindo a garçonete que foi salva por ele... Que vida né?
Enquanto andava em busca de outra estalagem em alguma outra cidade, ele acaba avistando um homem sendo atacado por algumas Kappas e esse homem suplica a ajuda de Geralt, após espantar as Kappas em uma luta bem desenhada, o homem começa a falar que as Kappas estão atrapalhando a construção de uma barragem que ajudaria a cidade a crescer nas fazendas e economicamente, elas até passaram a matar alguns trabalhadores e então o homem oferece um contrato ao Geralt, ele se livra das Kappas em troca de dinheiro, comida e uma cama para dormir. Nosso bruxo aceita o contrato de prontidão, mas tem algo muito suspeito por trás dessa história e tem uma certa mulher que atormenta os pensamentos e os sonhos de Geralt, o fazendo ir a fundo nessa história das Kappas e nas histórias proferidas das bocas dos homens. Quem será o verdadeiro vilão por trás disso? Quem começou essas mortes? Quem é a mulher de branco que faz Geralt suar frio? São essas as perguntas que o quadrinho faz e só terão as respostas aqueles que o lerem.

A primeira vez que eu vi algumas páginas desse quadrinho, podia jurar que era uma fanart do Pinterest, é um traço muito diferente do que já vi em quadrinhos e isso é muito bom. Adoro arte de quadrinhos fora do padrão que exploram outros estilos. Essa HQ tem um traço muito leve, com poucas linhas fortes e as cores deram mais leveza ainda para os desenhos. O quadrinho tem muitas páginas sem balões, páginas onde o Geralt tá meditando, ou só mostrando os cenários mesmo e na minha opinião essas páginas são lindas!
As cenas de ação são muito bem feitas, a arte da(o) Hataya é muito bonita, é muito focada nas expressões do Geraldo, Hataya consegue passar bastante emoção nas expressões e essa página tem um pouco disso:

Eu gostei muito dessas páginas onde os desenhos falam por si só, é tão bom quando o artista consegue passar mensagens e sensações sem a ajuda dos balões de diálogos. As cores também ajudam bastante a melhorar a arte, adorei essa escolha de cores mais frias, é quase tudo cinza, pode ser uma forma de retratar o mundo de The Witcher onde as pessoas e as situações são cinzas sem um certo e errado? Pode ser que sim pois o mundo de The Witcher é uma loucura só, cada um naquele mundo tem suas motivações e lados da história, cabendo ao Bruxo analisar cada um deles e chegar na real conclusão dos fatos.

Mas não é só nesses momentos que a arte brilha, as lutas são bem feitas pra caramba ao meu ver, as coreografias são bem fluidas e toda a arte da batalha são bem limpas e fáceis de entender o que tá acontecendo (alô Boku no Hero hahaha). O que eu gostei mesmo foi o visual das criaturas que aparecem aqui, ao invés deles usarem as criaturas descritas nos livros e nos jogos, o Rafal optou por usar monstros do folclore japonês e isso foi uma ótima decisão, as criaturas do folclore japonês me chamam muita atenção e aqui elas tem um visual muito chamativo pra mim, olhem essa página por exemplo:

Olhem esse Tatsu (ou Dragão), vejam os detalhes nele, gostei da forma que ele foi desenhado pois parece que ele está em constante movimento nessa página e as cores mais fortes chamam mais atenção ainda pra essa criatura. E não é só esse monstro que temos aqui, tem o Tengu (que eu achei muito bonito nesse quadrinho), temos Sarugami, Kappas e por aí vai, são monstros com visuais bastante chamativos e com participações bem pontuais.

Eu achava essa ideia de botar The Witcher no Japão feudal bem estranha e que não combinaria com o universo da obra... Ainda bem que eu estava completamente errado, a vibe é a mesma das obras originais, a atmosfera, as situações e os casos são coisas que super combinam com a obra original, tinha tudo pra ser uma bagunça sem sentido mas o autor conseguiu montar algo muito bem chamativo e cativante... Tirando uma certa parte que me deixou triste com a tomada de decisão e que me fez abaixar a minha nota.

Chegamos ao final de mais uma resenha de quadrinho, espero que tenham gostado dessa resenha e me deixem saber da opinião de vocês sobre a obra e sobre o texto. Caso tenham gostado muito do conteúdo do site, então compartilhem ele com seus amigos e conhecidos, também sigam o site pois isso me ajudaria imensamente. Muito obrigado pela força que vocês sempre me dão.

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