Supergirl: A Mulher do Amanhã | Resenha.

Supergirl: A Mulher do Amanhã
Lançamento: Agosto de 2021 (EUA) e Agosto de 2022 (BR)
Roteiro: Tom King
Arte: Bilquis Evely
Nota: 2/5

Com esse recente anúncio que o James Gunn fez dos novos filmes do DCU, eu não contive minha curiosidade em dar uma lida nos quadrinhos que servirão de base para esses filmes e quis começar pela tão bem falada Supergirl do Tom King, será que é uma HQ boa? Veremos.

A história começa com uma narração de uma das protagonistas da história, seu nome é Ruthye e logo percebemos que ele está a muitos anos no futuro contando essa história para nós os leitores. De cara já percebemos que é um conto épico que envolve vingança, magoas, um passado que não se pode esquecer, aprendizados e redenções.
Ruthye é de um planeta muito distante da Terra onde a luz do nosso sol não alcança, e ela presencia o assassinato de seu pai pelas mãos de Krem, um assassino que serve a um rei daquele planeta, toda sua família sente o ódio e o desejo por vingança mas é a Ruthye que vai atrás do assassino, contrariando o conselho de seus irmãos e mãe. Ao partir em busca de vingança, ela vai atrás de caçadores e mercenários para que eles possam localizar e matar Krem e ganhar a espada (utilizada por Krem no assassinato) como recompensa pelo serviço prestado, mas todos só querem passar a perna nela e fazerem falsas promessas, uma certa pessoa acaba entrando nessa história por acidente após salvar a vida de Ruthye, e é aqui que a Kara Zor-El (Supergirl) entra em cena na história. É claro que toda essa confusão tem suas consequências, um dos caçadores (que foi humilhado pela Kara) chama Krem para matar Supergirl e Ruthye, pois o planeta onde todos eles estão é banhado pela luz de um sol vermelho (que por acaso deixa todo ser Kryptoniano sem seus poderes, o tornando em um humano comum), Kara estava acompanhada de Krypto, o Supercão, que ao entrar na frente de sua amiga para salvá-la, acaba sendo atingido fatalmente por uma flecha envenenada. Kara então se vê obrigada a assumir a missão de Ruthye, então as duas partem juntas vagando pelo universo atrás de Krem para conseguir o antídoto para Krypto e matar de uma vez por todas esse assassino.

Parece uma história muito boa né? Lembra muito a vibe de um filme de Faroeste... O problema é justamente a Supergirl. Não tem NADA de Supergirl nessa história, eu gostei da base da história e de alguns pontos narrativos mas o problema é que a Supergirl tá completamente mudada, ela virou o Wolverine, cachaceira e mega boca suja. Se tirasse o nome Supergirl e mudasse pra outro personagem a história funcionaria uns 90%, a Kara não é rebelde igual ao Wolverine, ela é uma mulher que, assim como o Superman, irradia esperança, bondade e inspira todos a sua volta.
Esse é um dos motivos de eu não gostar tanto dos trabalhos do King, o cara parece adorar desconstruir personagens e dar uma personalidade totalmente destoante da original, e eu penso daquela seguinte forma, que em muitos casos a desconstrução pode levar a destruição entende? E pra mim isso aconteceu aqui, o que custava esse careca do Tom King (pra não falar coisa pior) fazer a Kara ser uma luz de esperança pra todos ao invés de ser uma força bruta que tá ali pra resolver tudo no braço? Eu começo a achar que o Tom King ama a depressão, o remorso e passados mal resolvidos, pois na HQ Heróis em Crise (e também naquela do Charada que eu resenhei aqui) ele vai por essa mesma vibe em vários personagens apresentados naquele arco do começo ao fim, parece que ele só sabe fazer histórias assim.

E eu não consegui ver a verdadeira Kara nessa história, tudo o que eu vi foram duas garotas passando por vários planetas, encontrando maldade pra todos os lados e na maioria das vezes não se movem pra tentar mudar o que tá acontecendo nesses planetas. Elas estão ali é mais para serem telespectadoras das maldades do que a solução para algumas delas (eu sei que tem toda uma explicação e tal mas isso não me agrada nem um pouco), uma quer resolver seu assunto de vingança e a heroína quer esquecer seu passado triste com cachaça, palavrões e atitudes rebeldes.

Mais um erro do King que tenho pra comentar, as vezes ele tem a mania de colocar muito texto em partes onde a própria cena já está falando tudo por si só, eu sei que é o lance da narradora contar tudo com vários detalhes e dar ênfase em vários momentos mas na minha opinião isso poderia ter sido enxugado que deixaria a leitura mais fácil e menos tediosa de acompanhar. E as cenas onde só a Ruthye fala são um pé no saco gigantesco! A personagem começa a falar e não para nunca, eu já entendi todo o contexto da cena mas essa corna não cala a boca de jeito nenhum, isso me tirou da leitura por diversas vezes.

Pelo menos a arte desse quadrinho é MARAVILHOSA! O traço do Bilquis Evely é muito bom, tem a dose certa entre a suavidade e um traço mais forte em momentos de mais ação, vi pessoas reclamarem das cores do brasileiro Matheus Lopes, ao meu ver essas cores conseguiram engrandecer a arte do Bilquis mais ainda, as cores são vivas e com mudanças excelentes. As últimas edições são impecáveis com as cores, segue um exemplo:
Vejam como as cores e traço combinam perfeitamente um com o outro, notem a mudança de cores da Supergirl pras cores do Dragão. É simplesmente maravilhoso ver que esse quadrinho acertou em cheio na arte e nas cores, e não é só nas páginas comuns que essa combinação vai bem, as páginas duplas são excelentes também (mesmo sendo poucas).
Simplesmente a MELHOR PÁGINA desse quadrinho inteiro! Eu ainda não acredito que uma arte dessa veio parar em uma história bem meia boca, isso é triste pra mim. Hahaha

E chegamos ao fim de mais uma resenha de quadrinhos, eu sei que preciso trazer mais resenhas de HQs e eu pretendo trazer bastante e tentar fazer o esquema de a cada 3 resenhas de mangás, eu trago 3 de HQs. Não sei se isso vai dar certo, vou pensar em algum formato que fique bom pra todos.
Espero que tenham gostado dessa resenha, embora eu tenha achado o quadrinho bem ruim... Não é tanto por conta da história em si, e sim o King ter colocado a "Supergirl" em uma história que não combina com a personagem ao meu ver, se fosse sei lá... O Guy Gardner (ele é um Lanterna Verde), ia ser uma história muito boa e que combinaria mais com ele por conta dos ambientes, os temas e a personalidade rebelde boca suja do protagonista entende? Espero de verdade que o James Gunn e os roteiristas mudem muitas coisas no filme da Supergirl, pois não consigo ver uma boa história vindo dessa HQ... Isso é a minha opinião.

Muito obrigado por lerem até aqui, se gostaram da resenha compartilhem com seus amigos e conhecidos, me digam aí nos comentários o que acharam da resenha e do quadrinho, e não se esqueçam de seguir o site pois me ajuda bastante... Ah, e o link de compra do quadrinho tá logo aí abaixo.

Link do quadrinho: Supergirl: A Mulher do Amanhã

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