Avatar: O Caminho da Água | Crítica.

 

Avatar: O Caminho da Água
Lançamento: 15 de Dezembro de 2022
Direção: James Cameron
Nota: 3/5

Depois de mais de 10 anos, James Cameron volta aos holofotes com o segundo filme da franquia Avatar... Mas e aí?

O filme começa com uma narração do Jake Sully (o protagonista da franquia), contando como sua vida de Na'vi está indo após a vitória sobre os humanos e o Coronel Miles no primeiro filme. 10 anos se passaram e Jake agora tem filhos, 5 no total, sendo um deles menino humano chamado Spider que foi agregado na família, e a filha do Avatar da Dra Grace (que ainda está em um estado de coma/morte) chamada Kiri, a caçula - que eu não lembro o nome -, o do meio que é o merdeiro maior do filme, e o mais velho que é o exemplo de filho perfeito. Eles parecem levar uma vida muito boa e feliz, Jake finalmente está se acostumando a viver como um Na'vi, o problema é que os humanos que voltaram vivos pra Terra não quer deixar um planeta tão perfeito como Pandora totalmente de lado e sem ser dominado/colonizado por eles. Então é óbvio que cada vez mais humanos vão se espalhando por Pandora com a finalidade de pegar seus minérios e uma especiária que é obtida em certos animais marinhos parecidos com as baleias do nosso mundo.
Só que os humanos não vão deixar os Na'vis em paz - é claro -, eles querem erradicar uma boa parte dos defensores do planeta e pra isso eles querem matar o principal líder deles, o escolhido, o Toruk Makto, Jake Sully. Mas nosso protagonista está farto da guerra e de todas as batalhas que vem enfrentando, e a família dele, mulher e filhos, começaram a se envolver demais nessas batalhas, e ele não quer arriscar tudo aquilo que ele mais ama. Então ele tem que pesar suas escolhas e ver o que é o melhor para sua mulher e seus filhos.
Mas é claro que não importa qual decisão ele tome, para os humanos ele ainda é um poderoso líder e um guerreiro perigoso que pode causar danos enormes para o exército humano, então eles colocam um certo alguém, muito conhecido, na missão de achar e matar Jake Sully e sua família sem poupar ninguém.

E o filme é basicamente isso, Jake protegendo sua família e seus filhos, filhos estes que tem alguns dilemas de adolescentes (alguns deles é mais pro lado sobrenatural/religioso) e fazendo muita merda como um bom grupo de adolescentes faz ao longo desse período. É um filme que fala bastante sobre a família, varias escolhas dos personagens na trama sempre envolve o bem maior da família, até o lado dos humanos essas questões tem seu lugar certo, mas ao mesmo tempo em que ele fala de família, o filme também fala sobre vingança, meio ambiente e caça as baleias (que não funciona muito pois o diretor fez de uma maneira errada ao meu ver.)
O que mais me deixou desconfortável nesse filme foi a duração, o filme tem 3h12 de duração, o filme não tem conteúdo de enredo que me prenda as 3h12 direto. "Ain mas essa geração Tico Teco só quer ver coisas rápidas e não querem apreciar arte", primeiro de tudo vai a merda, segundo, eu não vejo problema nenhum em ver um filme gigantesco, Senhor dos Anéis beira as 4h de filme, Spartacus (1960, um filme incrível) tem 3h17 e ambos esses filmes eu vejo e revejo sem sentir sono ou ficar me importando com o passar das horas, pois ambos tem conteúdo que justifica sua duração. Eu ainda verei o filme Napoleão de 1927 com 5h de duração, e é claro que vai ter crítica aqui.

Já esse filme aqui só tem o fator visual de mais chamativo, pois o roteiro é super simples (com alguns furos e umas enrolações chatas) e com clichês que muitas pessoas já sabem só de bater os olhos na obra.
Não precisa de um filme tão longo pra mostrar visuais impecáveis, reduz esse tempo pra 2h10 ou 20, fazer uma obra gigantesca sem ter conteúdo de enredo o suficiente, é pedir pra uma boa parcela das pessoas se entediarem com a história e só se importar com o visual do filme. Eu só vi esse filme todo por conta do visual que é verdadeiramente INCRÍVEL! É impossível não elogiar o visual, toda a tecnologia que o James Cameron criou/aprimorou desde o primeiro filme, é mostrada aqui e com força total. O filme é inteiro em CGI mas é de uma qualidade tão superior que parece que foi feito em 2035, os detalhes dos Na'vi, o suor na pele, a água, os cenários, as marcas no rosto, os olhares, é sem dúvida o CGI mais lindo que já vi até hoje... Sim, o Thanos está completamente datado se a gente comparar com o CGI desse filme.

As cenas na água são de cair o queixo! São cenas tão bonitas e de um CGI tão lindo, que é possível dizer que o planeta Pandora de fato existe, essas cenas são pura obra de arte, eu quero morar naquelas cenas e de baixo daquelas águas... EU QUERO TER UMA CONEXÃO NEURAL COM UM GOLFINHO DE BATALHA! Hahaha
Enquanto as cenas de expansão de mundo são lindas, a atuação de alguns atores e o desenvolvimento de alguns personagens deixam muito a desejar. O Sam Worthington (Jake Sully) é um ator muito fraco, ao meu ver ele não consegue entregar emoção nos momentos que é preciso, não consegui ver muita evolução do filme anterior pra esse filme aqui, ainda bem que tem a Zoe Saldana e Sigourney Weaver pra carregarem um pouco o filme - quando aparecem - pois o protagonista pra mim não sustenta, deve ser por isso que ele não aparece tanto... Tá certo que o foco do filme é inteiro nos 5 filhos e isso é legal, mas não precisava fazer do Jake um completo banana que demora anos pra tomar uma atitude firme e precisar que a Neytiri (esposa dele) salve tudo em certas partes. O desenvolvimento de personagens não foi dos melhores pra mim, eu não consegui ter muito apego com todos os 5 filhos do Jake, o Spider é tanto faz, a Kiri é a especial mas não explicam o que ela é, simplesmente jogam lá no meio e é isso, o mais velho é qualquer coisa, o menino que tem a Free Willy é o mais legal de se acompanhar e a mais nova é o anjinho do filme. E é só isso que eu consigo lembrar de cada um deles... Mas quem brilha de verdade é a baleia que eu apelidei de Free Willy, o melhor personagem do filme é uma BALEIA!

A direção do James Cameron é muito boa em vários momentos, os enquadramentos são lindos, a fotografia e direção de arte são impecáveis, as vezes ele escorrega na direção de atores e no desenvolver do roteiro mas perto da parte técnica isso não é mega gritante. E é só ele que faz filmes que de fato são 3D e que precisam ser vistos assim pois a experiência visual é completamente outra e muito mais imersiva.
Mesmo o James Cameron falando aquelas merdas sobre a testosterona, aqui nesse filme ele faz justamente o contrário pois o filme tem muita testosterona. Seria ele um gênio do marketing ou só mais um doido?

Vou parando por aqui pois não quero soltar spoilers pra vocês, vale a pena ver as 3h de filme sentado no cinema? Na minha opinião não, mas eu tenho meus motivos que vocês viram aqui, é um filme muito melhor que o primeiro em partes técnicas mas em roteiro não tem muita diferença.

Espero que tenham gostado de mais essa crítica, e também espero não ter estragado o hype de ninguém.
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Comentários

  1. Adorei a crítica! Você conseguiu deixar bem equilibrada apontando coisas positivas e negativas. Não terei a paciência de assistir no cinema, mas ainda quero conferir a obra, principalmente para ver o cenário lindo que te encantou tanto <3

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