Blue Period - Volume 07
Lançamento: Março de 2020
Revista: Afternoon
Roteiro e Arte: Yamaguchi Tsubasa
Nota: 5/5
Mais um volume muito bom e cheio de momentos onde o clima se torna bem pesado para o nosso protagonista.
O volume já começa com a boa notícia de que nosso grande protagonista, Yaguchi, passou no exame de admissão da Geidai mas como a ficha ainda não caiu, ele passa dias desenhando até chegar o momento da cerimônia de entrada dos novos alunos da Geidai. Mas tem algo muito diferente nessa nova fase da vida de Yaguchi, agora ele está na faculdade de arte mais rígida de Tóquio (e talvez de todo o Japão), seu colega/"rival" Yotasuke foi aprovado e está na mesma sala que Yaguchi. O clima dessa faculdade é algo meio tenso pois até o presidente da Geidai mostrou que ali é um nível completamente diferente de um simples cursinho, o próprio presidente tem suas habilidades com pintura - essa cena é maravilhosa inclusive -, já deu pra notar que essa nova fase será meio difícil para o nosso protagonista né?
Por outro lado nós temos novos personagens que estão aqui pra dar aquele alívio na tensão e deixar nosso protagonista mais confortável. Hanakage Maria é a professora/assistente substituta da classe de Yaguchi, a apresentação dela é engraçadinha e meio impactante pois foi a única que bateu de frente com as ideias e argumentos do Yotasuke (tava meio cachaçada mas isso dá pra relevar pô.) Miki Kinemi, é uma aluna da mesma classe que Yaguchi (ela aparece na primeira fase do exame), ela é toda entusiasmada com tudo que existe, é uma animação que realmente alegra o ambiente e deixa os momentos onde ela está presente, muito mais leves.
Também temos Murai Yakumo, mais um gênio de Óleo Sobre a Tela e bem exibido por sinal já que sua apresentação foi meio espalhafatosa - daqui a pouco eu falo disso -. O problema mesmo está em alguns dos professores da classe, uma parece um robô de tão esquisitinha e os outros dois parecem que saíram do programa Ídolos Brasil, um parece o Sidney Magal mais novo e no começo de carreira, e o outro parece um coveiro com olhos de réptil que parece ter vindo de um show do Marilyn Manson.
Não será nada fácil conseguir uma aprovação desses dois professores, isso vai ser uma longa jornada.
Até o presente momento o Yaguchi sempre recebeu bem as críticas sobre as suas obras, só que aqui o nível é mais alto e exige muito mais do aluno, o problema mesmo é quando os professores cagam pra obra e pra explicação do Yaguchi como se fosse nada e ainda jogam um balde de água fria em cima dele como se fosse algo normal. Esse volume lida muito com a rejeição, alguns personagens tem seus sonhos, ideias e trabalhos rejeitados e de uma forma muito dura as vezes ao ponto de perderem até suas motivações e se perderem no meio do caminho. Lidar com rejeições e críticas pesadas é algo muito tenso de conseguir lidar - digo isso usando a mim mesmo de parâmetro -, você faz algo com tanto empenho, carinho e muita energia, pra vir um cara igual o Marilyn Manson e o Sidney Magal, botar tudo isso na lata do lixo e não ligar pra todo o seu esforço em produzir aquilo.
Eu mesmo com o caso do site, vi pessoas conhecidas chegarem em mim e demolir todo esse projeto que faço desde 2017. Mas eu não parei mesmo assim, óbvio que nem todas as críticas foram para o meu mal, tanto que eu reformulei o meu jeito de produzir várias vezes (e pretendo continuar mudando até achar o ideal) por conta dessas críticas. Sempre vai ter um filho de uma quenga parideira pra tentar destruir suas ideias/projetos, o ideal mesmo é não dar ouvidos a eles - mesmo sendo difícil - e continuar no seu caminho que uma hora vai dar certo e vai se tornar algo especial... Isso aqui quase virou aquela cena sobre ingrediente secreto da sopa do Kung Fu Panda né?
Enfim vamos deixar essa emoção de lado e focar na resenha.
O volume é cheio de momentos onde podemos fazer uma reflexão sobre nós mesmos e sobre nossa vida, os dramas dos personagens é possível entende-los muito bem e se identificar com alguns deles. Eu mesmo já me identifiquei com um monte até o momento e o mais atual é o drama da Kuwana e que muita gente já deve ter passado (eu tô nesse meio) e toda a resolução dele foi maravilhosa, a frase pra concluir todo esse drama e dar um norte pra personagem foi bem simples mas teve seu impacto nela e em alguns leitores (eu) entende? É bem complicado quando começamos a nos sentir perdidos e tal, acho que esse drama dela foi colocado no momento certo... Agora o drama do Yaguchi é uma coisa que ainda está pendente e parece estar meio longe de ser resolvido.
Eu preciso mesmo falar da arte desse volume? Assim como os anteriores ela está incrível! A leveza nos traços e os detalhes que a Tsubasa coloca nessa obra me chama muita atenção, tem muitas páginas normais mas com o enquadramento mais aberto e com mais cenários de fundo, que estão cheias de detalhes, eu fico caçando os detalhes dessas páginas e esqueço de ler o texto - por isso que eu demoro tanto pra trazer algumas resenhas aqui. -
Mas tem uma página dupla (de novo, todas as páginas duplas dessa obra são muito boas) que me deixou fixado nela por muito tempo mesmo, vejam:
Vê como esse Murai Yakumo é exibido? Olha a arte que ele apresenta em seu primeiro dia na faculdade, além de talentoso ele parece ser muito exibido... Já ia me esquecendo, na cena onde o presidente da Geidai faz o seu "show de entrada", o estilo de arte muda pra um parecido com aquelas artes japonesas, quase um Ukyio-e sabe? Essa cena me chamou muito a atenção por conta disso, eu espero que a Tsubasa esteja continuando a acrescentar mais estilos pra certas cenas do mangá, isso seria fantástico pra mim.
Vou parando por aqui pois não quero correr o risco de soltar algum spoiler que possa comprometer a leitura de vocês, espero que tenham gostado de mais essa resenha.
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