The Ravages of Time - Volume 06 | Resenha.

 

The Ravages of Time - Volume 06
Lançamento: Agosto de 2002
Revista: New Youth Express
Roteiro e Arte: Chan Mou
Nota: 5/5

The Ravages of Time conseguiu ter mais um volume maravilhoso de novo!

Esse é um volume muito mais centrado nas estratégias de guerra e políticas, tanto que Yuan Shao fez aliança com vários poderosos como Liu Dai, Gongsun Zan, Kong Zhou, Yuan Qian e mais alguns outros, com o objetivo de derrotar Dong Zhuo e seu exército de uma vez por todas. O problema é que alguns desses senhores poderosos estão querendo eliminar um ao outro enquanto lutam todos contra Dong Zhuo, todos eles querem passar a perna um no outro para terem todos os créditos para si, então está valendo de tudo, usar a população e a comida como manobra política (tá aí uma tática que funciona até hoje) e peões de guerra também (outra coisa que funciona até hoje), mas é claro que temos alguns estrategistas geniais de ambos os lados dessa guerra. Yuan Fang é um desses, pois sendo o aluno (considerado o Primeiro Gênio) do Professor Water Mirror, é óbvio que ele não poderia ficar de fora de todos esses acontecimentos. E ele não tá sozinho nessa, pois temos a apresentação do Segundo Gênio, o estranho Xun Yu, um garoto com uma ótima percepção e tem uma boa leitura das coisas que estão acontecendo no momento, nesse volume é que somos apresentados ao famoso Cao Cao (ou Ts'au Ts'au), um chefe militar que também está na busca pela cabeça de Dong Zhuo, e ele conta com os conselhos e estratégias de Xun Yu, quero muito ver essa parceria no desenrolar da obra.
Mas os personagens centrais desse volume são a galera do Yuan Shao, Yuan Fang, Liu Bei e seus irmãos que estão na linha de frente contra Hua Xiong e o Lu Bu (esse cara tá em todas pelo visto.) Vemos que Liu Bei e seus irmãos foram convidados por Yuan Shao, após terem salvado a vida dele no volume anterior, a participarem do exército... O problema é que eles se dão mal e acabam se tornando Arqueiros de Cavalaria, uma posição muito baixa no exército. Yuan Shao foi mal agradecido com seus salvadores? Se você ler o volume acredito que vai entender os motivos dele ter feito isso, também vai ver os objetivos de Liu Bei e de como ele vai chegar até o topo de seus objetivos.

Temos um ótimo trabalho nas estratégias de guerra nesse volume, o autor sempre tá tocando nos nomes de estrategistas e filósofos reais daquele tempo na famosa China antiga, Sun Tzu e Mêncio são citados com recorrência nesse volume e na obra inteira desde o começo, Sun Tzu é mais citado já que ele era um general e estrategista militar além de filósofo. Eu gosto como o autor insere novos personagens e já faz com que os leitores gostem deles logo no começo, Cao Cao apareceu bem pouco e eu já quero ver esse cara entrando em ação junto com seus servos de nomes difíceis (hahaha), é a mesma coisa com Xun Yu que é bem estranho em uma primeira impressão mas ao ver suas ações e ideias, é possível passar a gostar dele de forma bem rápida. Sinto que a narrativa tá no caminho certo, bem direta, com explicações boas (embora me falte conhecimento sobre o confucionismo, budismo e história chinesa) com rápido e bom entendimento das estratégias e tramas políticas, e não fica aquela coisa chata de um texto mega arrastado que deixa uma barriga enorme no meio da história, provocando um tédio enorme no leitor.
Um outro ponto forte desse volume foram as reviravoltas na história e novas surpresas que despertaram a minha atenção e o meu hype pra determinados personagens, Chan Mou tem uma escrita muito boa, gosto como ele é detalhista e bem explicativo nos acontecimentos que correm por fora da narrativa principal. Conheço muitos autores (Kishimoto cof, cof, cof) que falam de certos acontecimentos e não dá um mísero detalhe do porquê tal coisa aconteceu, e quando vai explicar é só 500 capítulos depois de tal menção, aqui é explicado logo no mesmo volume entende?

E a arte desse volume continua um deleite para os olhos e está cada vez melhor, o traço do Chan Mou é muito bonito, até o mais feio dos personagens no traço dele pode ser considerado bonito, o cara não sabe desenhar gente feia. Hahaha
a evolução de arte do volume anterior pra esse, é quase imperceptível mas ela está lá e eu ainda acho que o estilo dele vai mudar muito ainda, pois tem mais de 10 anos de obra publicada, com certeza os traços atuais dele está muito diferente do que os traços do início. Não vou poder mostrar nenhuma página dessa vez pois seria um tremendo spoiler se eu mostrar qualquer uma delas pra vocês, mas ele ainda continua experimentando na quadrinização de cada página, isso meio que virou uma marca do autor né? Gosto dessa arte experimental e de quadros inventivos.

Dessa vez eu resolvi escrever uma resenha mais curta que o normal, espero que estejam gostando da obra e das minhas resenhas... Eu sei que preciso dar mais atenção pra outras obras também, mas é que Ravages me conquistou e vive me chamando pra continuar a leitura de onde parei aí fica complicado. Hahaha
Mas é isso meu povo, muito obrigado pela força, fiquem bem e até a próxima resenha.

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