The Ravages of Time - Volume 05
Lançamento: Abril de 2002
Revista: New Youth Express
Roteiro e Arte: Chan Mou
Nota: 5/5 (ou 1000/5)
Meus caros amigos, que volume sensacional foi esse? Eu pensei que o volume ia dar uma esfriada ou manter o mesmo nível de hype/empolgação... Estava 100% enganado!
O volume já começa com um momento filosófico sobre a vida de um guerreiro, em um diálogo muito bem escrito vindo de três generais do exército de Yuan Shao. É interessante ver o pensamento dos homens que iam pra guerra para morrer em batalha, com glórias e honras de um verdadeiro combatente.
Mas esse diálogo logo acaba e vemos que eles aceitam e abraçam a morte indo enfrentar Lu Bu ao lado do general Wen Chou. Sim, essa luta ainda está acontecendo pois Wen Chou é muito habilidoso e o Lu Bu é um monstro, pois ele sozinho está enfrentando 3 homens e com total maestria! E ainda lá atrás antes da entrada da Cidade dos Reis, vemos que Yuan Shao e Dong Zhuo ainda estão com sua batalha de ideias a todo vapor, e é aqui que vemos o ponto de cada um deles, Yuan Shao quer deixar as coisas como estão, as coisas boas e os absurdos (corrupção e diversos abusos de poder) que o antigo império/imperador trazia. E Dong Zhuo quer a "liberdade" para o seu povo/país, através da força, derramamento de sangue e várias guerras para manter a "paz"... E é claro com aquela pitada clássica de: "Não concorda comigo? Arranquem a cabeça dele." Eu gostei muito que o autor tenha colocado outro personagem pra finalmente bater de frente com as ideias de Dong Zhuo, e é logo após dessa conversa que temos as melhores cenas e melhores diálogos dessa obra até o momento... Mas não vou comentar tudo pra não dar spoiler.
Gostei de ver o autor trabalhando a política/conflitos internos no clã e no exército Dong, através do próprio Dong Zhuo e seu sobrinho (aquele merdinha que eu não consigo lembrar o nome nunca), o sobrinho de Dong Zhuo começa a se ligar que ele não pode ser só um menininho mimadinho que vai usar o nome do tio poderoso pro resto da vida para abrir as portas das oportunidades. E esse momento foi uma chuva lição de moral que serviu até pra mim, Dong Zhuo simplesmente colocou o dedo na cara do moleque, falou umas verdades e ainda chama ele de fraco ao mostrar o quão atrás ele está de Lu Bu em tudo (mesmo com esse menino tentando destruir Lu Bu com um leve morde e assopra), e isso o autor mostra de maneira bem rápida mas natural e eficiente fazendo o leitor entender na hora o que ele quer dizer e o que são os personagens.
O Lu Bu mesmo ocupado em uma luta bem feroz ele mostra ser superior a todos (ou quase todos) com poucas palavras e ações muito certeiras. Mas o que realmente faz esse volume brilhar totalmente aqui, é a participação do Liaoyuan Huo (ou Zhao Huo), que personagem maravilhoso, bem escrito e com uma presença de respeito! Acho que todas as cenas desse personagem nessa obra será mitada atrás de mitada, na segunda parte do volume onde ele aparece com mais frequência, é só cena de tirar o fôlego e fazer o leitor pular de empolgação... Se você não se empolgou (estilo True Reaction vendo Dragon Ball Super) com a cena de entrada e a revelação do porque dele ser o líder dos Guerreiros Deficientes, você deve estar bem doente. Hahaha
Adoro ver como o autor coloca todos os personagens para entrarem em conflitos entre si no momento certo, ele prepara todo o terreno, mostra relatos e consequências de determinadas ações, dá mais tempo de desenvolvimento de personagens e seus objetivos, e mostra todos os lados da história. A política de Ravages não é como a de Kingdom, uma espécie de jogo de Xadrez onde quem fizer o movimento certo ganha toda a luta (é mais ou menos assim), aqui a política é mais pé no chão e ela muitas vezes mexe com a moral de cada um dos personagens, um claro exemplo disso é o próprio Dong Zhuo que fica mega pistola ao discordarem e baterem de frente com ele, e com seus estratagemas políticos. Liu Bei e seus irmãos estão de volta aqui (lembra deles lá no primeiro volume?) e vemos que ele é muito mais do lado da população mas que também não mataria um certo alguém pois sabe que a morte do mesmo levaria o mundo pra um caos inevitável fazendo a população sofrer mais e até pagar com a vida, mesmo esse certo alguém sendo um cara verdadeiramente cruel e insano.
Todas as questões políticas, morais e estratégias de guerra dessa obra, tem um brilho especial que eu ainda não consegui captar tudo 100% mas que é muito atraente e bem inserida na medida certa nessa obra, deve ser esse um dos motivos dela ser tão aclamada entre os fãs.
Agora é a parte onde eu começo a elogiar a arte dessa maravilha e com total razão, pois a arte desse volume é impecável e com quadros muito inventivos e que só ajudam a deixar a obra mais empolgante do que já é, gosto da mescla que o autor faz de planos mais abertos pra planos mais fechados em uma só página, isso pra mim é um domínio artístico absurdo sobre a obra pois ele sabe exatamente o que fazer pra deixar o leitor empolgado no momento certo (sem falar também no domínio narrativo que até o momento vem em uma crescente maravilhosa), um bom exemplo do que eu acabei de citar aqui é essa página logo abaixo.
Vê como ele experimenta muito a quadrinização da obra? Olha os quadros dessa página, eu não consigo lembrar agora de cabeça, de algum mangá (ou manhua) que brinca com os quadros/planos em suas páginas. Vejo isso em alguns quadrinhos europeus mas em obras asiáticas isso é bem raro, pelo menos pra mim... Na verdade temos o mito Tatsuki Fujimoto, autor de Goodbye Eri, Look Back (esses dois já tem resenha aqui caso queiram ver), Chainsaw Man e por aí vai, mas acho que o Fujimoto puxa mais pra um lado mais cinematográfico enquanto o Chan Mou brilha de outras maneiras em seus quadros. Tenho mais um exemplo onde a arte dessa obra é uma das melhores da indústria (chinesa, japonesa ou as duas juntas?) e que deixa muitas obras pra trás.Mais uma vez vemos que Chan Mou, sozinho ou com seus assistentes, tá mandando bem demais com essa obra, essa cena pode ser uma ponte com o primeiro capítulo ou essa fênix ainda terá uma importância maior lá pra frente? Eu realmente ainda não sei, mas tô muito ansioso pra descobrir isso.Sério gente, desenhar página dupla assim não é algo simples de ser feito, além de pensar no contexto narrativo pra história, os caras também tem que pensar em todos os detalhes da página e principalmente na composição dela. Os envolvidos na criação das páginas duplas dessa obra estão de parabéns e merecem muito reconhecimento por esse incrível trabalho... Já ia me esquecendo, a capa desse volume é muito linda! Eu já me empolguei com o volume assim que eu vi a capa dele. Hahaha
E assim chegamos ao final de mais uma resenha, gostaram? Deixem nos comentários o que estão achando desse meu trabalho, espero que eu tenha conseguido deixar vocês com vontade de ler essa obra através dessa resenha.
Ps: É só eu que tenho dificuldade com os nomes dos personagens dessa obra? Eu me senti um novato no mundo dos mangás de novo ao ter essa dificuldade com os nomes dos personagens, tô todo perdido pra lembrar o nome de todos eles... Nem queiram saber das minhas tentativas de pronúncia.
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